sexta-feira, 25 de maio de 2012

Eurotripando por aí (2) - Amsterdam



Para o intercambista na Europa é muito fácil viajar para outros países. Em menos de uma hora, com uma passagem de avião de 15 euros, tu já tá em um país completamente diferente, com uma língua estranha. Sendo assim... eis que resolvi fazer meu primeiro mochilão. E já digo de antemão que foi uma das coisas mais legais que eu já fiz em toda a minha vida. O roteiro escolhido: Amsterdam, Bruxelas, Brugges e Paris, durante uma semana. Ou seja: eu sabia que ia ter que correr muito!

E aqui já apresento um dos poucos problemas de estudar em Galway. Sempre que se quer viajar pro exterior, tem que contar a grana do busão. Aqui tem aeroporto, mas é pra voos nacionais. Os voos internacionais, por companhias como Ryanair e Aer Lingus, saem de Cork, Kerry, Shannon, Knock Ireland West e Dublin. Para o aeroporto de Dublin, o bus da Citylink ida e volta é 24 euros para estudante (sim, tu vai pagar quase o mesmo preço da passagem de avião).


Oooutra dica: voos pra Holanda pela Ryanair não vão direto pra Amsterdam, só pra Eindhoven. Então antes de sair à la loca comprando passagem, lembrem-se novamente do busão ou trem de Eindhoven até Amsterdam. Às vezes vale mais a pena pagar um voo direto pela Aer Lingus (como eu fiz :D). E isso vale pra outros países, como a França (como eu não fiz :().

Em Amsterdam contei com a parceria do Du, que depois de sete meses em Galway, tá voltando pra casa. Os “mãos-de-vaca” oficiais de Galway finalmente tiraram o escorpião do bolso e resolveram passear.

Bora pra Amsterdam!

Moinhos, tulipas, putas e drogas. Pode admitir, é isso que tu pensa quando alguém fala em Amsterdam. Mas posso te dar toda a certeza de que, sim, tem tudo isso, mas é só uma visão limitada de turista. Na verdade, não posso dar certeza de que existem tulipas, porque eu pessoalmente não vi. Uma das minhas maiores decepções foi descobrir que o famoso passeio das flores tinha acabado três dias antes de chegarmos. Uma perda lastimável pra lente da minha querida Canon.

Mas ok, chegamos na cidade em um atípico calor de quase 30 graus. Bicicletas, trem, Tram, carros, pessoas, tudo misturado. É um negócio caótico mesmo. Mas com o andar da carruagem (ou do Tram) tu te acostuma... ou morre atropelado por algum ciclista, como eu quase fui... três vezes. E as bicicletas são sem dúvida uma das coisas que mais chamam atenção. Todas as ruas têm ciclovia e as bicis são usadas por pessoas de todas as idades, com todos os trajes possíveis. Não interessa se tu tá de terno e gravata, vai de bike pro trabalho. Salto? Pff... vi moça de salto 15 sob duas rodas, dirigindo no maior estilo (e sem barbeiragem).

Vózinha abalando na bike
Terno, bike, 30 graus.
Pra quem quiser, dá pra alugar uma bike por uns 10 euros por dia. Como eu sou uma péssima ciclista (e o Du também compartilha do mesmo problema), fizemos tudo a pé. As casinhas também são marca registrada da cidade. Todas parecidinhas, uma coladinha no lado da outra. Muitas são realmente tortas e imagino a agonia master de viver em um desses lugares. Mas não deixam de ser fofas.

Hostel

Ficamos no Hostel Sarphati. A localização é muito boa, bem em frente ao parque de mesmo nome. O hostel é beeeeem simples. Tem café da manhã que é o básico café-pão-geleia. O quarto misto de 10 pessoas é um pouco fuleiro, assim como banheiro. Mas nada que a gente não fosse sobreviver por três dias.

O que fazer em Amsterdam?

Vale lembrar que são dicas de quem ficou dois dias e meio, então é tudo sem pretensão de dizer os melhoooores lugares, mas sim os que eu achei bacana e que deu tempo de visitar. Aposto que tem muito mais coisa legal pra fazer, mas né... vida de turista é isso mesmo.

Antes de mais nada, é legal passar em um dos centros de informações a turistas espalhados por todo o centro. Lá tem tours diversos, passeios de barco...  e não só por Amsterdam, mas por cidades do interior. E tem algumas promoções, caso tu compre dois passeios juntos. Mas, como eu sou rebelde e independente, fiz meus passeios por conta própria.

O primeiro deles foi o museu da Anne Frank, que por pertencer a uma Fundação, não tá incluso nas promoções dos quiosques. O museu é o próprio esconderijo onde a jovem alemã e a família passaram dois anos, sem ver a luz do dia, e que ficou conhecido graças ao seu diário, publicado pelo pai e único sobrevivente Otto Frank, após o fim da Segunda Guerra.  Frank também é o responsável pela criação desse museu que recebeu no ano passado mais de um milhão de visitantes.

Eu e a Anne Frank (cara séria mode: on)
Durante a visita - que é quase toda em inglês – é possível ver toda a estrutura da fábrica que havia no local, o esconderijo, artigos e objetos preservados, conhecer sobre aqueles que fizeram parte dessa história. No fim do passeio tem um espaço interativo pra discussões polêmicas atuais. O preço único é de 9 euros. Vale a pena? Pra quem gosta de história, eu acho que vale.

Já se a tua praia é outra, aconselho muito a visita ao museu da Heineken. Eu achei demais. Super interativo, tu conhece todo o processo da fabricação, a história da família, além de experimentar a cerveja, óbvio. Dá pra fazer fotos, vídeos, brincar de DJ, ver propagandas antigas... E mais ainda: ganha um passeio de barco pelos canais, até uma das lojas da marca. Ou seja: já dá pra economizar aí o que você iria gastar com um tour pelos canais. A entrada é 17 euros (preço único) e dá direito a um brinde e dois copos de cerveja (mas é possível ganhar mais cerveja que isso, acredite).

Antiga fábrica da Heineken
Pros boêmios que quiserem esticar, Amsterdam tem muitos barzinhos e inclusive, praças que concentram alguns deles. Exemplos são a Rembrandtplein e a Leidseplein. Tem também a Dam Square, que é palco de diversos eventos e um dos pontos históricos da cidade (sendo assim, lotada de turistas). Bem pertinho da Central Station, ela concentra muitas atrações como o Museu da Madame Tussaud, o Royal Palace e a New Church.

Dam Square
Amsterdam também tem muitos parques e praças que, mesmo numa quarta-feira à tarde, lotam de gente quando se tem um solzinho agradável. A galera vai pra fazer piquenique, ler, jogar conversa fora... E são muitas opções: Sarphatipark (que eu comentei antes), Vondelpark (um dos maiores e mais famosos), Oosterpark (que eu achei um clima muito bacana), Museumplein (que é onde tu encontra o clássico Iamsterdam), entre outros. Recomendo muito dar uma descansada nas pernas em um desses lugares.

Galera lagarteando no Vondelpark
Piazada se divertindo com o patinho no Oostenpark
Falando no Museumplein, ali se concentra, como o próprio nome sugere, alguns museus, como o Stedjik Museu (Museu de Arte Moderna). Infelizmente, por falta de tempo (ou grana), deixamos de ir em atrações como essa, o Museu do Van Gogh, o Rijskmuseum, Museu Casa Rembrandt, entre outros. Também tem o passeio do Ajax, time local (que todos gremistas lembram muito bem, creio eu). Como o Du não é muito chegado em futebol, optamos por deixar de lado.

Museumplein e o clássico Iamsterdam
Ah, claro, não poderia esquecer de um dos points mais famosos: Red Light District. O local onde as moçoilas ficam nas vitrinas, exibindo seus atributos, iluminadas por uma difusa luz vermelha. E tem de tudo que é tipo: bonita, feia, baixinha, alta, gostosa, peluda, gorda, magra... bi-zar-ro O lugar é sempre cheio de turistas, desde os mais comuns até a excursão da terceira idade – homens e mulheres. Também ali tem teatro pornô com sexo ao vivo. Eu fiquei impressionada, porque nesses lugares iam muitos casais, famílias... não dá pra ignorar também os milhares de sex shops, que têm todas as bizarrices possíveis e inimagináveis. Era muito engraçado, porque a publicidade em alguns lugares era tão bem feita, que os cartazes pareciam ser de perfumes muito chiques, quando na verdade eram de vibradores. 

Red Light District

Uma das mil sex shops - ali no cantinho dá pra ver que eles super aceitam Master e Visa
Na terra da maconha liberada, os chamados “coffee shops” bombam. E a variedade de coisas que tem ali pra galera fumar um baseado é inacreditável. Tem apetrechos de todos os jeitos e com todos os temas possíveis. E as lojas de souvenirs super investem no lance de vender a imagem da maconha como produto símbolo da cidade. Tem em camisetas, canetas, esqueiros e por aí vai.

Para os fãs de feirinhas (vide minha sogrinha), Amsterdam tem dois lugares muitos bacanas pra isso. O Albert Cuyp Market, pertinho do Sarphatipark, tem tendinhas que vendem de tudo: desde botões até peixes exóticos. Outra pedida é no Waterlooplein Market, que tem várias banquinhas com pinturas fantásticas nas fachadas, mas que só dá pra ver quando estão fechadas. E ali é um mercadão de pulgas: souvenirs, máquinas fotográficas antigas e até máscaras de gás (!?) são vendidos pelos mais diversos preços.
Bizarrices da Waterlooplein Market, como máscaras de gás
Em Amsterdam eu formulei uma teoria: Na antiguidade, os Deuses nórdicos, altos e atléticos fizeram um pacto com todas as mulheres que se assemelhassem à figura de Helena de Troia: nossos descendentes irão morar em Amsterdam nos idos dos anos 2000. Sério gente, eu nunca me senti tão feia em toda a minha vida. Como tem gente gata naquele lugar!!! As mulheres pareciam ter saído direto de catálogos da Vogue ou da Victoria’s Secret e os homens seriam perfeitos modelos pra Hugo Boss. Ou se não eram bonitos, ao menos estilosos no escaldante calor que fez durante os dois dias e meio que passei por lá. Pena que não consegui tirar fotos dos top.

Ñ dá pra ver direito, mas dá pra ver q ele tinha potencial, não?
As meninas também!
Saí de lá com uma impressão muito bacana da cidade. É super “morável”, as pessoas têm o inglês super compreensível, além de muito educadas (e bonitas). Impressões de uma turista de 2 dias e meio.

Dali, cada um seguiu seu caminho: O Du rumou aos EUA (onde deve estar agora curtindo Miami Beach) e eu, segui de busão para a terra da waffle, do chocolate e da cerveja: Bélgica, que fica pro próximo post.

14 comentários:

  1. Muito legal o seu relato de Amsterdam, Marcelle! O meu vai estar no meu blog a qualquer momento durante essa semana também... e é bem diferente do seu, claro, hahaha. (Fica a dica para seus leitores, por sinal, aproveitando o momento merchan aqui, hehe.)

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    1. Tu vai falar dos mil euros que tu gastou em Falafel, certo.

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  2. Que passeio delicioso Celli!!!!
    Aguardo com ansiedade os próximos posts para continuar viajando contigo.
    bjs
    saudade!!!!!

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  3. Vae te ferrar e tu sabe bem pq...

    =P

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  4. Celli, pena que tu ficou só 2 dias e meio, tem muitas coisas bacanas para curtir em Amsterdam . E alugar uma bicicleta é o "canal". Lendo o teu texto matei a saudades da cidade que gostaria de passar minha 3˚ idade :). Enquanto ela não chega vou planejando. Beijocas.

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    1. Que terceira idade, o quê! Temos que ir pra Amsterdam tudo junto!!!

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  5. Lendo teu post percebi como tu tens sorte de estar fazendo as trips no verão!! Talvez se eu tivesse visto essa Amsterdan florida e de céu limpo que tu registraste, eu tivesse gostado mais. Infelizmente, minhas recordações ainda são de uma cidade suja, que cheira muito mal e que é um caos total. (Até rimou.. ehhehe) E ainda acho que bixinhos de pelúcia não deviam ter pênis gigantes!! ehuehue!!
    Mas que bom que tu está gostando!! Vai aproveitar muito mais com esse tempo lindo!!!

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    1. É que tu foi com tempo ruim e no ano novo né, nega. Aí acho que não tem como ter uma impressão diferente... fucking turistas. hehehe

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  6. Que lindoooo... Quero muito fazer um tour todo baseado nesta tua trip. Beijos.

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    1. Vamos todos!!!! Já falei pra Neti ali em cima, hehehe. Bjão!!

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  7. Adorei Amsterdam , estou louca p ver tua trip em Paris, beijos

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