segunda-feira, 21 de maio de 2012

Host Family

Despedida do Min da casa da Mary: vinhos e chocolates :D

Algumas pessoas que pensam em fazer intercâmbio me perguntam: vale a pena ir para uma Host Family? Bom, isso depende e muito. Como tudo na vida, morar por um tempo na casa de um completo desconhecido tem pontos positivos e negativos. O principal para fazer essa relação dar certo é estar muito disposto ao novo. Afinal de contas, tu é o intruso. Então, mesmo que, sim, você esteja pagando por estar ali, tem que ter noção de que você está na casa de outra pessoa. Então o mínimo que se deve é respeito às regras ali estabelecidas.

Geralmente, a própria escola faz a seleção da família, conforme um formulário com perguntas bem básicas. Você pode cair numa família com 4 crianças e 2 cachorros, como pode viver com uma pessoa só. Os preços são bem salgados então é comum comprar o pacote por 2 ou 3 semanas, até que você possa encontrar um novo lugar pra ficar.

Aqui, muitos amigos não se adaptaram às suas famílias, por mil razões. A mais frequente é em relação ao cardápio e aos horários da janta. Aqui na Irlanda é comum que as famílias jantem às 6 da tarde. Sim, os latinos (em especial os espanhois) piram com isso, já que são acostumados a jantar por volta das 10. Outra reclamação frequente é que a janta – que deve ser fornecida pela família, como o café da manhã  -  ou são aquelas refeições prontas congeladas ou se come batata com batata. Às vezes acontece também de cair numa família com problemas. Alguns colegas ficaram em famílias que o casal estava se separando, o que deixava um climão pesado. Inclusive, um dos meus colegas se incomodou porque ficou com um casal jovem (prestes a se separar) e o “pai” - que tinha praticamente a idade dele - tinha ciúmes dele com a “mãe”, jovem, bonita e prestes a chutar a bunda do marido. Resumindo: é uma questão de saber lidar com o novo... mas também contar com um pouquinho de sorte.

Eu posso dizer que fui premiada. Além de ter outro estudante na mesma casa  - o que facilita muito na hora que a gente chega e tá super perdido – minha host mother é um amor. A Mary é uma senhora aposentada de 60 e poucos anos. Só nesse quesito já fechou todas: uma senhora, assim como eu. Ela mora sozinha.. quer dizer... tem mais 4 gatos no jardim. Conhece muito de história e já viajou o mundo inteiro. Quando eu tava lá, tinha uma sensação de “férias na casa de vó”. Nos sábados, passávamos a manhã toda papeando sobre tudo e à noite, sempre assistíamos às péssimas soap operas da RTE (essas novelas merecem um post uma hora dessas, de tão mal feitas). 

Já conversei com a Mary diversas vezes depois de ter saído da casa, nos encontramos para o clássico chá com leite e biscoitos e hoje visitei ela. Precisava pegar umas correspondências e de quebra, ela me emprestou muitos mapas e guias para o meu primeiro mochilão – que começa amanhã. Além disso, preocupada se eu tava me alimentando bem, preparou uma sacolinha com frutas e bolos pra eu levar na viagem  (pelo jeito ainda não pareço tão gordinha quanto eu achava que tava, yes!).

Optar por uma host family é difícil porque você acaba não tendo controle total dos seus horários, não se sente confortável - pois não é sua casa - e às vezes tem um péssimo cozinheiro (o que, felizmente não foi meu caso) e ainda acontece de a família não ser tão receptiva e não conversar tanto contigo. O que é meio imbecil, visto que esse é o objetivo de ficar nesses lugares: vivenciar um pouco da cultura e costumes locais e praticar o inglês.

Mas também é muito 10, porque se você pegar uma família bacana, pode praticar o inglês, ficar informado sobre as coisas da cidade e do país, comer comida típica e viver um pouquinho da rotina do lugar. Pra mim valeu muito, porque além de tudo isso, ganhei uma grande amiga, que serve de porto-seguro nessa terrinha desconhecida, mas que eu já adotei como lar.

7 comentários:

  1. Um Cabernet e um Carmenére...acertei?

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    1. ish, num lembro... mas devia ter cabernet sim :)

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    2. Uma vez "lucky girl" sempre "lucky girl"...
      ainda bem que está sendo tudo de bom bjs

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  2. Sabe que até hoje eu sinto um pouco não ter vivido esse lance de ficar em host family? Para mim ia ser meio complicado por causa do rango mas acho que deve ser divertido - na pior das hipóteses uma experiência nova, não?

    Também conheci bastante gente que não curtiu - na real acho que a grande maioria reclamou, haha. Não sei se esse povo esperava de mais ou se as famílias é que são zoadas mas acho que é um pouco de cada... mas você parece ter dado sorte mesmo! (E é claro que não está gorda! Que absurdo, Marcelle...!)

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    1. É Pedro, pra ti talvez fosse um problema... mas se tu pega uma família que tá ciente, acho que não tem galho... tive sorte mesmo, a Mary é um amor :)

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  3. Celli!
    Enquanto lia seu post me imaginei em uma experiência como a sua e minha conclusão foi: acho que não conseguiria. Claro que quero viajar por aí, mas já é difícil morar na minha casa, com minha mãe e meu irmão, imagino o impacto dos primeiros dias! De qualquer forma, boa sorte no mochilão e aproveite a viagem!

    Beijo!

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  4. Oi Nine!
    Pois é... tudo novo, overdose de informação, é um troço maluco! Mas é... tudo questão de adaptação. :)
    Brigadão!

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