Para o intercambista na Europa é muito fácil viajar para
outros países. Em menos de uma hora, com uma passagem de avião de 15 euros, tu
já tá em um país completamente diferente, com uma língua estranha. Sendo
assim... eis que resolvi fazer meu primeiro mochilão. E já digo de antemão que
foi uma das coisas mais legais que eu já fiz em toda a minha vida. O roteiro escolhido: Amsterdam, Bruxelas, Brugges e Paris,
durante uma semana. Ou seja: eu sabia que ia ter que correr muito!
E aqui já apresento um dos poucos problemas de estudar em
Galway. Sempre que se quer viajar pro exterior, tem que contar a grana do
busão. Aqui tem aeroporto, mas é pra voos nacionais. Os voos internacionais,
por companhias como Ryanair e Aer Lingus, saem de Cork, Kerry, Shannon, Knock
Ireland West e Dublin. Para o aeroporto de Dublin, o bus da Citylink ida e
volta é 24 euros para estudante (sim, tu vai pagar quase o mesmo preço da
passagem de avião).
Em Amsterdam contei com a parceria do Du, que depois de sete
meses em Galway, tá voltando pra casa. Os “mãos-de-vaca” oficiais de Galway
finalmente tiraram o escorpião do bolso e resolveram passear.
Bora pra Amsterdam!
Moinhos, tulipas, putas e drogas. Pode admitir, é isso que
tu pensa quando alguém fala em Amsterdam. Mas posso te dar toda a certeza de
que, sim, tem tudo isso, mas é só uma visão limitada de turista. Na verdade,
não posso dar certeza de que existem tulipas, porque eu pessoalmente não vi. Uma
das minhas maiores decepções foi descobrir que o famoso passeio das flores
tinha acabado três dias antes de chegarmos. Uma perda lastimável pra lente da
minha querida Canon.
Mas ok, chegamos na cidade em um atípico calor de quase 30
graus. Bicicletas, trem, Tram, carros, pessoas, tudo misturado. É um negócio
caótico mesmo. Mas com o andar da carruagem (ou do Tram) tu te acostuma... ou
morre atropelado por algum ciclista, como eu quase fui... três vezes. E as
bicicletas são sem dúvida uma das coisas que mais chamam atenção. Todas as ruas
têm ciclovia e as bicis são usadas por pessoas de todas as idades, com todos os
trajes possíveis. Não interessa se tu tá de terno e gravata, vai de bike pro
trabalho. Salto? Pff... vi moça de salto 15 sob duas rodas, dirigindo no maior
estilo (e sem barbeiragem).
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Vózinha abalando na bike |
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Terno, bike, 30 graus. |
Pra quem quiser, dá pra alugar uma bike por uns 10 euros por
dia. Como eu sou uma péssima ciclista (e o Du também compartilha do mesmo
problema), fizemos tudo a pé. As casinhas também são marca registrada da cidade. Todas parecidinhas, uma coladinha no lado da outra. Muitas são realmente tortas e imagino a agonia master de viver em um desses lugares. Mas não deixam de ser fofas.
Hostel
Ficamos no Hostel Sarphati. A localização é muito boa, bem
em frente ao parque de mesmo nome. O hostel é beeeeem simples. Tem café da
manhã que é o básico café-pão-geleia. O quarto misto de 10 pessoas é um pouco
fuleiro, assim como banheiro. Mas nada que a gente não fosse sobreviver por
três dias.
O que fazer em Amsterdam?
Vale lembrar que são dicas de quem ficou dois dias e meio,
então é tudo sem pretensão de dizer os melhoooores lugares, mas sim os que eu
achei bacana e que deu tempo de visitar. Aposto que tem muito mais coisa legal pra fazer, mas né... vida
de turista é isso mesmo.
Antes de mais nada, é legal passar em um dos centros de
informações a turistas espalhados por todo o centro. Lá tem tours diversos, passeios
de barco... e não só por Amsterdam, mas
por cidades do interior. E tem algumas promoções, caso tu compre dois passeios
juntos. Mas, como eu sou rebelde e independente, fiz meus passeios por conta
própria.
O primeiro deles foi o museu da Anne Frank, que por pertencer
a uma Fundação, não tá incluso nas promoções dos quiosques. O museu é o próprio
esconderijo onde a jovem alemã e a família passaram dois anos, sem ver a luz do dia, e que
ficou conhecido graças ao seu diário, publicado pelo pai e único sobrevivente
Otto Frank, após o fim da Segunda Guerra.
Frank também é o responsável pela criação desse museu que recebeu no ano
passado mais de um milhão de visitantes.
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Eu e a Anne Frank (cara séria mode: on) |
Durante a visita - que é quase toda em inglês – é possível ver
toda a estrutura da fábrica que havia no local, o esconderijo, artigos e
objetos preservados, conhecer sobre aqueles que fizeram parte dessa história.
No fim do passeio tem um espaço interativo pra discussões polêmicas
atuais. O preço único é de 9 euros. Vale a pena? Pra quem gosta de história, eu
acho que vale.
Já se a tua praia é outra, aconselho muito a visita ao museu
da Heineken. Eu achei demais. Super interativo, tu conhece todo o processo da
fabricação, a história da família, além de experimentar a cerveja, óbvio. Dá
pra fazer fotos, vídeos, brincar de DJ, ver propagandas antigas... E mais
ainda: ganha um passeio de barco pelos canais, até uma das lojas da marca. Ou
seja: já dá pra economizar aí o que você iria gastar com um tour pelos canais.
A entrada é 17 euros (preço único) e dá direito a um brinde e dois copos de
cerveja (mas é possível ganhar mais cerveja que isso, acredite).
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Antiga fábrica da Heineken |
Pros boêmios que quiserem esticar, Amsterdam tem muitos
barzinhos e inclusive, praças que concentram alguns deles. Exemplos são a
Rembrandtplein e a Leidseplein. Tem também a Dam Square, que é palco de
diversos eventos e um dos pontos históricos da cidade (sendo assim, lotada de
turistas). Bem pertinho da Central Station, ela concentra muitas atrações como
o Museu da Madame Tussaud, o Royal Palace e a New Church.
Amsterdam também tem muitos parques e praças que, mesmo numa
quarta-feira à tarde, lotam de gente quando se tem um solzinho agradável. A
galera vai pra fazer piquenique, ler, jogar conversa fora... E são muitas
opções: Sarphatipark (que eu comentei antes), Vondelpark (um dos maiores e mais
famosos), Oosterpark (que eu achei um clima muito bacana), Museumplein (que é
onde tu encontra o clássico Iamsterdam), entre outros. Recomendo muito dar uma
descansada nas pernas em um desses lugares.
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Galera lagarteando no Vondelpark |
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Piazada se divertindo com o patinho no Oostenpark |
Falando no Museumplein, ali se concentra, como o próprio
nome sugere, alguns museus, como o Stedjik Museu (Museu de Arte Moderna). Infelizmente,
por falta de tempo (ou grana), deixamos de ir em atrações como essa, o Museu do
Van Gogh, o Rijskmuseum, Museu Casa Rembrandt, entre outros. Também tem o passeio
do Ajax, time local (que todos gremistas lembram muito bem, creio eu). Como o Du
não é muito chegado em futebol, optamos por deixar de lado.
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Museumplein e o clássico Iamsterdam |
Ah, claro, não poderia esquecer de um dos points mais
famosos: Red Light District. O local onde as moçoilas ficam nas vitrinas,
exibindo seus atributos, iluminadas por uma difusa luz vermelha. E tem de tudo
que é tipo: bonita, feia, baixinha, alta, gostosa, peluda, gorda, magra... bi-zar-ro O
lugar é sempre cheio de turistas, desde os mais comuns até a excursão da
terceira idade – homens e mulheres. Também ali tem teatro pornô com sexo ao
vivo. Eu fiquei impressionada, porque nesses lugares iam muitos casais,
famílias... não dá pra ignorar também os milhares de sex shops, que têm todas
as bizarrices possíveis e inimagináveis. Era muito engraçado, porque a
publicidade em alguns lugares era tão bem feita, que os cartazes pareciam ser de perfumes muito chiques, quando na verdade eram de vibradores.
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Red Light District |
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Uma das mil sex shops - ali no cantinho dá pra ver que eles super aceitam Master e Visa |
Na terra da maconha liberada, os chamados “coffee shops”
bombam. E a variedade de coisas que tem ali pra galera fumar um baseado é
inacreditável. Tem apetrechos de todos os jeitos e com todos os temas
possíveis. E as lojas de souvenirs super investem no lance de vender a imagem
da maconha como produto símbolo da cidade. Tem em camisetas, canetas, esqueiros
e por aí vai.
Para os fãs de feirinhas (vide minha sogrinha), Amsterdam
tem dois lugares muitos bacanas pra isso. O Albert Cuyp Market, pertinho do
Sarphatipark, tem tendinhas que vendem de tudo: desde botões até peixes
exóticos. Outra pedida é no Waterlooplein Market, que tem várias banquinhas com
pinturas fantásticas nas fachadas, mas que só dá pra ver quando estão fechadas.
E ali é um mercadão de pulgas: souvenirs, máquinas fotográficas antigas e até
máscaras de gás (!?) são vendidos pelos mais diversos preços.
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Bizarrices da Waterlooplein Market, como máscaras de gás |
Em Amsterdam eu formulei uma teoria: Na antiguidade, os
Deuses nórdicos, altos e atléticos fizeram um pacto com todas as mulheres que
se assemelhassem à figura de Helena de Troia: nossos descendentes irão morar em
Amsterdam nos idos dos anos 2000. Sério gente, eu nunca me senti tão feia em
toda a minha vida. Como tem gente gata naquele lugar!!! As mulheres pareciam
ter saído direto de catálogos da Vogue ou da Victoria’s Secret e os homens
seriam perfeitos modelos pra Hugo Boss. Ou se não eram bonitos, ao menos estilosos
no escaldante calor que fez durante os dois dias e meio que passei por lá. Pena que não consegui tirar fotos dos top.
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Ñ dá pra ver direito, mas dá pra ver q ele tinha potencial, não? |
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As meninas também! |
Saí de lá com uma impressão muito bacana da cidade. É super
“morável”, as pessoas têm o inglês super compreensível, além de muito educadas
(e bonitas). Impressões de uma turista de 2 dias e meio.
Dali, cada um seguiu seu caminho: O Du rumou aos EUA (onde deve estar agora curtindo Miami Beach) e eu, segui de busão para a terra da waffle, do chocolate e da cerveja: Bélgica, que fica pro próximo post.
Dali, cada um seguiu seu caminho: O Du rumou aos EUA (onde deve estar agora curtindo Miami Beach) e eu, segui de busão para a terra da waffle, do chocolate e da cerveja: Bélgica, que fica pro próximo post.
Muito legal o seu relato de Amsterdam, Marcelle! O meu vai estar no meu blog a qualquer momento durante essa semana também... e é bem diferente do seu, claro, hahaha. (Fica a dica para seus leitores, por sinal, aproveitando o momento merchan aqui, hehe.)
ResponderExcluirTu vai falar dos mil euros que tu gastou em Falafel, certo.
ExcluirQue passeio delicioso Celli!!!!
ResponderExcluirAguardo com ansiedade os próximos posts para continuar viajando contigo.
bjs
saudade!!!!!
Aguarde que tem muito mais por aí!!! Bjãããoooo
ExcluirVae te ferrar e tu sabe bem pq...
ResponderExcluir=P
Ajax! (tãnãnã) Ajax! (tãnãnã)
ExcluirCelli, pena que tu ficou só 2 dias e meio, tem muitas coisas bacanas para curtir em Amsterdam . E alugar uma bicicleta é o "canal". Lendo o teu texto matei a saudades da cidade que gostaria de passar minha 3˚ idade :). Enquanto ela não chega vou planejando. Beijocas.
ResponderExcluirQue terceira idade, o quê! Temos que ir pra Amsterdam tudo junto!!!
ExcluirLendo teu post percebi como tu tens sorte de estar fazendo as trips no verão!! Talvez se eu tivesse visto essa Amsterdan florida e de céu limpo que tu registraste, eu tivesse gostado mais. Infelizmente, minhas recordações ainda são de uma cidade suja, que cheira muito mal e que é um caos total. (Até rimou.. ehhehe) E ainda acho que bixinhos de pelúcia não deviam ter pênis gigantes!! ehuehue!!
ResponderExcluirMas que bom que tu está gostando!! Vai aproveitar muito mais com esse tempo lindo!!!
É que tu foi com tempo ruim e no ano novo né, nega. Aí acho que não tem como ter uma impressão diferente... fucking turistas. hehehe
ExcluirQue lindoooo... Quero muito fazer um tour todo baseado nesta tua trip. Beijos.
ResponderExcluirVamos todos!!!! Já falei pra Neti ali em cima, hehehe. Bjão!!
ExcluirAdorei Amsterdam , estou louca p ver tua trip em Paris, beijos
ResponderExcluirEm breve, Grasi! Bjão!!
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