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Foto: Galway Independent |
Como eu disse há alguns posts atrás, verão em Galway é uma
loucura... a cidade ferve. Não na temperatura, porque né... média de 15 graus e
chuva todos os dias. Mas alta temporada aqui atrai muita gente, não só pelas
belezas naturais e pela noite agitada, mas também pelos eventos.
Depois do Volvo Ocean Race e do Film Fleadh, tem o Galway Arts Festival, que é considerado
o maior festival de arte na Irlanda. Pra minha tristeza, não consegui ver quase
nada por algumas razões. A primeira e mais óbvia: grande parte dos eventos era
paga. E quando eu digo paga, não digo 2 euros, mas 10, 20, 30, 40. O que pra
mim era um pouco caro. Havia apresentações de teatro, música e dança. Boa parte
das atrações eu não conhecia, mas tinha show, por exemplo, do Sargento Motor
Mouth, o cara da Loucademia de Polícia que fazia sons com a boca (25
euricos). Entretanto, haviam algumas poucas coisas legais de graça, como
artistas de rua e uma exposição de arte com obras de colagem e esculturas de um
artista chamado David Mach,
que eu achei sensacional.
Outra:
choveu muito durante a semana. Não que a chuva sirva de desculpa pra ficar em
casa em Galway, já que aqui chove todos os dias, só que geralmente é garoa. Só
pra terem uma noção, enquanto eu escrevo esse post já fechou o tempo e choveu 4
vezes, intercalando com um sol lindo. Aquela semana não. Só caiu bomba d’água
ininterrupta, inclusive durante a Macnas Parade, que era o desfile pra
finalizar o festival. Esse eu vi (óbvio, era de graça).
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Macnas Parade - quase uma Olinda com bonecões gigantes |
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Foto: Galway Independent |
Mas o desfile, além de ter sido curtíssimo - provavelmente devido
à chuva - tinha alguns carros alegóricos que eu já tinha visto no desfile de
St. Patrick em Dublin. Ou seja, refugo total. Minha suposição (não só minha,
mas de outras pessoas): a grana toda deve ter sido usada no Volvo e não sobrou
nada pras artes. Se for isso mesmo, a novela se repete, só muda de endereço.
Galway Races
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Fotos: Galway Advertiser |
Passado o Arts Festival, era a vez de uma das semanas
mais aguardadas pela sociedade galwegiana: as Galway Races. Uma semana
inteirinha de gente emperiquitada que vai assistir às corridas de cavalo em
Ballybrit. Mas a atração não fica por conta dos cavalos, mas sim das competições
bizarras que acontecem durante o evento e da bebedeira declarada, que inclusive, é anunciada até em um site de turismo da cidade. A primeira delas, a corrida das noivas, onde mulheres de todas as idades disputam uma corrida vestidas à caráter.
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Noivas em fuga |
Depois tem o famoso Ladies Day, em que uma mulher é escolhida como a mais
elegante. E todas elas usam aqueles chapéus super extravagantes
(também tem prêmio para o melhor chapéu).
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Melhor chapéu (esq.) e a mais bem vestida. Que dupla, hein? |
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Um dos modelos mais comentados entre as competidoras. |
Agora... se você pensa que o bacana tá apenas em ver todo mundo mega "chique", você está muito enganado. O Ladies Day é também conhecido como o dia em que Galway
vira um pandemônio, onde todos ficam muito bêbados em um nível extremo. Até
então, eu não achava nada demais, porque aqui todo mundo bebe e sempre tem
bêbados nas ruas. Mas o que eu vi nessa última quinta-feira é algo além do comum. Alguém aí assiste Walking Dead? Se sim, imaginem que ao
invés de zumbis você tem bêbados nas ruas. É mais ou menos essa cena que eu presenciei depois das 9 da noite.
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Uma das mais simplesinhas |
As ruas tavam transborandando de copos plásticos, garrafas e
papeis. Aquelas mulheres emperiquitadíssimas que eu havia visto no alto de seus
saltos, estavam no chão, deitadas nas poças de chuva, bêbadas com seus luxuosos
vestidos azuis sendo encardidos por causa da sujeira no chão. Os
meninos já estavam sem gravata e com ternos atirados por aí na rua (o desapego aqui é
algo que impressiona muito ainda). Gritos, correria, tumulto, música. Um troço
assim. Eu tava mais perdida que surda em bingo, mas rindo muito.
Óbvio que eu aproveitei pra fazer umas
fotinhos, ao menos das que estavam em algum estado digno. Porque das outras eu
fiquei com dó. (Tá, mentira, algumas eu até filmei, esperando que elas caíssem do
salto [bicha má mode: on]) Mas foi super divertido conversar com algumas das gurias, super
contando como tinha sido preparar seus chapéus, ou falando sobre os chapéus
exóticos que elas tinham visto durante o dia. Ou então papear com o grupo de
bêbadas que ficou impressionado com o cabelo e a pele da Cecília, que é morena de cabelo crespo.
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Alguns chapéus são feitos pelas próprias mulheres, como essas da foto. |
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Parece uma coisa meio Barbie, não? |
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Parte do grupo de meninas que a gente conheceu no furdunço, muito legais (e bêbadas) |
Sei que o que eu presenciei naquela noite foi algo “apocalipticamente”
engraçado e que eu não imaginava que Galway pudesse ter: mais bêbados do que já tem.
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